Nas Sonatas de Ramón del Valle‑Inclán, o exemplo mais notável do modernismo na literatura espanhola, o Marquês de Bradomín, personagem fictícia, é «um admirável Don Juan», «feio, católico e sentimental», que narra uma série de memórias de natureza amorosa. Cada estação do ano corresponde a um romance e a uma etapa da vida, com um cenário diferente.
O México é o palco central de Sonata de Estio, obra marcada por uma prosa lírica vibrante e pelo recurso a um conceito literário criado por Valle‑Inclán, o esperpento, em que a realidade é distorcida, acentuando os seus elementos mais grotescos.
Em Sonata de Estio, o Marquês de Bradomín, numa peregrinação romântica para esquecer amores desafortunados, apaixona-se pela crioula Niña Chole. Descobre que a bela crioula está a fugir do próprio pai, com quem mantém uma relação incestuosa. Uma história de amor e morte.
Na literatura espanhola dos últimos cento e cinquenta anos, não há nada comparável às Sonatas de Don Ramón del Valle-Inclán. Luis Alberto de Cuenca