O romance luminoso de Michael Cunningham começa com uma visão. Estamos em Novembro de 2004 e Barrett Meeks, tendo perdido um amor uma vez mais, atravessa o Central Park quando se sente impelido a olhar para o céu. Ali, avista uma luz pálida e translúcida que parece olhar para ele de uma forma inequivocamente divina. Barrett não acredita em visões – nem em Deus – mas não pode negar o que viu e sentiu. Ao mesmo tempo, Tyler, o irmão mais velho de Barrett, músico em busca de inspiração, tenta – sem sucesso – escrever uma canção de casamento para Beth, a sua noiva gravemente doente. Tyler está determinado a escrever uma canção que não seja meramente uma balada sentimental, mas uma expressão duradoura de amor. Cunningham segue os irmãos Meek nos seus diferentes percursos em busca da transcendência. Numa prosa subtil e lúcida, demonstra uma profunda empatia pelas personagens torturadas e uma compreensão singular daquilo que constitui o âmago da alma humana. A Rainha da Neve, obra bela e comovente, cómica e trágica, vem de novo provar que Michael Cunningham é um dos grandes romancistas da sua geração.