A política da ficção procura examinar a partir da experiência literária do realismo a disrupção estética que internamente a perturba. Os efeitos de real são tomados como excessos descritivos mas também como elementos supérfluos e inúteis onde se jogam falsas evidências e contra-interpretações do significado literário. Trata-se de questionar o teor político do excesso «realista» para além da lógica clássica da representação e compreender uma nova relação do sensível como testemunho de um mundo alternativo que não se subordina à coerência narrativa.