“Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
a influência má dos signos do zodíaco.”
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no interior do estado da Paraíba em 20 de Abril de 1884 e morreu, vitimado por uma pneumonia, em Leopoldina, Minas Gerais, em 12 de Novembro de 1914.
Teve seus poemas publicados em diversos jornais da época. Em vida, publicou um único livro de poemas, em 1912, intitulado Eu. Após sua morte, seu amigo Órris Soares organizou uma nova edição chamada Eu e outras poesias, com poemas inéditos do autor.
Tido como um dos mais importantes autores pré-modernistas, Augusto dos Anjos se utiliza de elementos mórbidos e sentimentos melancólicos para evocar imagens soturnas em seus poemas. O tema da morte também serve como inspiração, formando um pano de fundo tenebroso onde a miséria humana se revela entre o emaranhado de sentimentos humanos.
Por sua crueza emotiva, sua obra causa espanto e repulsa. Relegado pelos autores e pelo público de sua época, conquistou aos poucos lugar de destaque na literatura brasileira. Por sua força poética e por sua inegável riqueza, a leitura de sua obra se tornou uma tarefa imprescindível.
Ilustração da capa: Luís Augusto.