Único romance de Elias Canetti, é hoje considerado um dos livros fundamentais da história da literatura ocidental.
Prémio Nobel de Literatura
Misantropo, solitário, excêntrico, Peter Kien, erudito especialista em sinologia, é o proprietário da maior biblioteca da cidade, que ocupa todo o espaço do seu apartamento. É aqui que este ser extremo, inteiramente «composto de livros», se refugia, evitando todo e qualquer contacto com o mundo. O ponto de viragem da sua vida é o casamento com Teresa, a sua governanta, ignorante e ávida. Expulso da sua própria casa, Kien será então obrigado a travar conhecimento com as suas inúmeras personagens, que o acompanharão neste longo exílio. Figuras sombrias, medíocres, grotescas e memoráveis, como o anão Fischerle e a prostituta, sua mulher, ou o brutal porteiro Pfaff, pela mão das quais Kien descerá pouco a pouco ao inferno, apressando o passo para um final sublime e trágico: um verdadeiro auto-de-fé.
Escrito no final do primeiro vinténio do século xx, retrato de uma sociedade em desintegração, Auto-de-Fé é o primeiro e único romance de Elias Canetti. Obra magistral, verdadeira «Comédia Humana da loucura», catapultou este escritor de génio forte e individual para a categoria dos principais autores europeus, ao lado de Robert Musil, Hermann Broch e Karl Kraus. Proibido pelo regime nazi quando da sua publicação, é hoje considerado um dos livros fundamentais da Literatura.
Tradução de Luís de Almeida Campos
Os elogios da crítica:
«Obra-prima de ficção narrativa de um enorme e inclassificável escritor de língua alemã.» António Guerreiro, Público
«Hoje, ninguém pode compreender a tragédia do século xx sem ler a sua obra.»
Guilherme d'Oliveira Martins
«O tom de comédia desprovido de remorsos ajuda a construir um dos mundos mais envolventes do século xx.» Salman Rushdie
«A sua presença rigorosa honra a literatura.» George Steiner