A parafernália da era digital mergulha-nos num estado permanente de servidão voluntária. Quase sem termos consciência disso, vivemos hoje num estado de mobilização total, uma expressão de Ernst Jünger, que a aplicou ao mundo que irrompeu com a Primeira Guerra Mundial e que tornou esse conflito inédito: a sociedade inteira foi compulsivamente alistada ou, pelo menos, obrigada a disponibilizar-se para engrossar a economia da guerra. Essa disponibilidade para a mobilização total ocorre precisamente, no século XXI, com os dispositivos ideológicos.