Subversiva, feminista, inconformada: Alba de Céspedes abalou os alicerces da literatura na Europa do pós-guerra e abriu uma janela para a liberdade: lá fora, o mundo reconstrói-se; dentro de portas, a vida doméstica de uma mulher comum sofre uma implosão, quando ela decide começar um diário.
Roma, década de 1950: Valeria Cossati vai comprar cigarros para o marido, ignorando que sairá da tabacaria com um caderno que há de mudar a sua vida. Ao transformar esse caderno num diário secreto onde regista pensamentos e desejos do dia-a-dia, Valeria transforma-o num instrumento de emancipação: liberta-se das convenções sociais, do sentido de dever para com o marido e os filhos, dos limites autoimpostos que regem o seu pequeno mundo. A partir daqui, tudo é questionado. Valeria compreende que está em translação e decide conquistar o lugar que escolheu para si.
Clássico redescoberto, testemunho histórico de uma época, retrato primoroso da turbulência doméstica, O caderno proibido condensa a sede de liberdade de toda uma geração e das outras que se lhe seguiriam. Integrando a linhagem literária mais disruptiva da modernidade – de Virginia Woolf a Natalia Ginzburg, de Marguerite Duras a Vivian Gornick –, Alba de Céspedes celebra aqui o poder da escrita e a audácia indómita de uma mulher numa sociedade em ebulição.
Os elogios da crítica:
«Ler Alba de Céspedes foi como aceder a um universo desconhecido: classes sociais, sentimentos, atmosferas.»
Annie Ernaux
«Enquanto escrevo, leio apenas livros que me façam boa companhia. […] A alguns deles, como os de Alba de Céspedes, chamo livros de alento.»
Elena Ferrante
«Céspedes [faz] do silêncio de Valeria [o] motor da indignação subjacente a esta escrita. A contenção é estilo e arma, prestes a explodir nos dias normais de uma mulher criada nos preceitos da moral de uma sociedade amarrada às aparências, à aceitação, aos serões a passajar meias como exercícios de virtude.»
Isabel Lucas, Público
«Eis-nos, abrindo o romance, metidos no pós-guerra. Fora de portas, a vida fazia-se de uma liberdade nova; dentro, a vida de todos os dias de uma mulher fazia-se como coisa periférica. Sendo gente comum, o próprio diário era uma aventura – e uma transgressão. Só por escrevê-lo já sentia transformar-se a vida.»
Ana Bárbara Pedrosa, Observador
«Uma grande escritora, subversiva, censurada pelos fascistas, que se recusou a participar em prémios literários, uma escritora à frente do seu tempo. Uma das personalidades mais cosmopolitas e incendiárias de Itália.»
Jhumpa Lahiri, Paris Review
«Íntimo, sábio e ardente, este livro junta-se a um cânone global de obras de escritoras que se focam no universo das preocupações tradicionalmente femininas – casa, família, romance –, enquanto aborda questões políticas e cristaliza uma consciência mística e transcendentemente luminosa.»
Los Angeles Review of Books
«A obra de Alba de Céspedes mantém toda a sua força subversiva.»
New York Times Review of Books
«Eis a radiografia de uma espécie de apagamento que as mulheres reconhecem como universal: a supressão dos seus próprios pensamentos.»
Washington Post
«A voz de Céspedes permanece viva, abordando temas tristemente perenes: a batalha entre maternidade e autorrealização; o controlo social sobre o corpo da mulher; o trabalho doméstico não remunerado. […] Este é um livro brilhante, silenciosamente tumultuoso.»
Wall Street Journal