Vivemos um tempo de paixões tristes. Esse momento é explicado pelo aumento das desigualdades, mas sobretudo pela transformação de sua natureza. O sofrimento social não é mais experimentado como uma provação que exige lutas coletivas, mas como uma série de injustiças pessoais, discriminação, experiências de desprezo, questionamento da autoestima. Incapazes de designar adversários com os quais lutar, os indivíduos são levados por um ressentimento que alimenta o populismo de todos os lados. O regime de múltiplas desigualdades gera uma sociedade raivosa. Eis o mundo de hoje. É preciso compreendê-lo para resistir à vertigem da indignação.
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"Dubet examina os mecanismos que, em um período de flagrante desigualdade global, colocam na dianteira das reações sociais a raiva, o ressentimento e, muitas vezes, a competição com aqueles mais próximos de nós na escala social."
La Nacion
"Para François Dubet, a raiva individual que não encontra expressão política alimenta os movimentos populistas."
Le Monde