As Águas-fortes portenhas são instantâneos da Buenos Aires dos anos 1920-1930. Roberto Arlt atua como testemunha de fatos que presencia em suas caminhadas pela cidade e, já na redação do jornal, narra histórias que escutara, cria outras; traça o perfil de seus habitantes; relata as transformações pelas quais a cidade estava passando e os efeitos da modernização; e registra inúmeros termos coloquiais e novas expressões populares.
Fruto de uma estadia de dois meses no Rio de Janeiro, em 1930, as Águas-fortes cariocas são o relato das impressões de Roberto Arlt sobre a cidade. Da mesma forma como fazia em Buenos Aires, ele saiu caminhando pelas ruas, pegou bonde, foi a cinemas, visitou o subúrbio, frequentou botecos, hospedou-se em pensões.
Seja em Buenos Aires, seja no Rio, para Arlt as ruas são o lugar perfeito para se conhecer as cidades, pois elas são um "palco grotesco e espantoso onde, como nas gravuras de Goya, os endemoniados, os enforcados, os enfeitiçados, os enlouquecidos, dançam sua sarabanda infernal".