Liz e Bean são duas irmãs inseparáveis, filhas de uma artística mãe solteira, Charlotte, aspirante a cantora e atriz na efervescente Califórnia dos anos 1970. De súbito, as meninas se veem forçadas a enfrentar um evento decisivo: em busca da realização de seu ideal artístico, Charlote abandona as filhas, deixando-lhes dinheiro suficiente apenas para que sobrevivam por pouco mais de um mês.
Aqueles leitores que já travaram contato com as memórias da premiada best-seller Jeanette Walls em O castelo de vidro, reconhecerão em A estrela de prata alguns temas muito caros à autora. Temos o olhar agudo sobre a infância, vivida em famílias pouco convencionais, às margens da sociedade, enfrentando a dureza da luta diária pela sobrevivência.
Em A estrela de prata, acompanhamos a aventura de Liz e Bean em busca de amor, solidariedade, e, no limite, do pão diário. Tornadas órfãs, embora a mãe esteja viva, a situação-limite exige um esforço inaudito de superação.
“Encontre a magia. E, se você não puder encontrar magia, então a crie”, recomendava Charlote a Liz e Bean. É uma bela definição da arte da literatura, essa busca eterna pela fugaz epifania. É essa a história que lemos. A aventura de enfrentar a dor da vida e extrair dela, no limite, bocados diários de magia.