“Uma Confissão” de Liev Tolstói é uma obra autobiográfica e filosófica escrita entre 1879 e 1880, onde o autor reflete sobre sua crise existencial e espiritual, detalhando sua busca por sentido na vida após ter alcançado sucesso literário, riqueza e reconhecimento social.
Tolstói narra sua vida até aquele ponto, descrevendo como, apesar de todo o sucesso e as conquistas, ele foi tomado por um sentimento de desespero e vazio, que culminou em pensamentos suicidas. Ele questionava incessantemente o sentido da vida, “Por que viver?”, e encontrou falhas em encontrar respostas através da ciência, filosofia ou no estilo de vida aristocrático que levava.
Na busca por uma resolução espiritual, Tolstói explora várias tradições e pensamentos, desde o racionalismo europeu até o cristianismo institucionalizado, criticando fortemente a Igreja Ortodoxa Russa por sua hipocrisia e distanciamento dos ensinamentos originais de Cristo. A resolução de sua crise veio com a descoberta de uma interpretação mais simples e direta dos ensinamentos de Jesus, focando especialmente no Sermão da Montanha. Adotando essa nova compreensão do cristianismo, ele começou a viver de acordo com princípios de humildade, amor ao próximo e rejeição à riqueza e ao poder secular.
A obra critica implicitamente a sociedade russa ao rejeitar o estilo de vida aristocrático e tem uma universalidade que ressoa com qualquer pessoa que já tenha refletido sobre o propósito de sua existência. “Uma Confissão” é uma leitura essencial para quem deseja entender a transformação pessoal de Tolstói e para aqueles que buscam respostas para questões existenciais, desafiando os leitores a reconsiderarem seus próprios valores e a maneira como vivem suas vidas.