Este volume oferece um belo panorama da produção de um de nossos maiores poetas ao reunir a coleção de sonetos Via láctea, presente em seu livro de estreia Poesias, de 1888, a Tarde, seu último projeto, publicado postumamente em 1919.
Ele já deixa clara, em Via láctea, sua filiação aos parnasianos: "Invejo o ourives quando escrevo:/ Imito o amor/ Com que ele, em ouro, o alto relevo/ Faz de uma flor." Formado por 99 sonetos — ora decassílabos, ora alexandrinos —, Tarde é, para alguns, a obra-máxima de Bilac; para outros — como Mário de Andrade, por exemplo —, significa o declínio do parnasianismo, reunindo nele todos os seus vícios. Crepuscular, nostálgico, patriótico, neoclássico e por vezes quase simbolista, Tarde é coalhado de reflexões sobre a transitoriedade: "Talvez haja na morte o eterno olvido,/ talvez seja ilusão na vida tudo…"