RUBIÃO fitava a enseada, - eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os
polegares metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria
que ele admirava aquele pedaço de água quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em
outra cousa. Cortejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é
agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente
amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o
céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade.