O fim da civilização industrial tal como está constituída deve se consumar até o final deste século. Não por causa de um apocalipse bíblico, mas pelas profundas transformações impostas pela mudança climática e pelo esgotamento de recursos naturais que alimentam o consumo e a produção de bens e serviços humanos. Um processo de desmoronamento das bases sobre as quais a vida humana está hoje assentada, cujo campo de estudo é denominado "colapsologia" pelos autores Pablo Servigne e Raphaël Stevens, que, sob o prisma de uma transdisciplinaridade (economia, história, climatologia, biologia, química, geografia e relações sociais) tem seus fundamentos dissecados e analisados sob o prisma do equilíbrio sustentável. Ao explicitar esses mecanismos, o livro devolve a inteligibilidade às "crises" que vivemos e, acima de tudo, dá sentido ao nosso tempo. Porque hoje a utopia mudou de lado: utópico é alguém que acredita que tudo pode continuar como antes. O colapso está no horizonte da nossa geração, é o início do seu futuro. O que virá depois? Isso ainda precisa ser pensado, imaginado e posto à prova… E se ainda for possível, controlado por um grande esforço comum de transformação.