"O sistema político mais importante da história global recente — o sistema de dominação através do qual os brancos historicamente governaram e, em certos aspectos importantes, continuam a governar pessoas não-brancas — não é visto de maneira alguma como um sistema político. Este livro é uma tentativa de redirecionar seu olhar, de fazer você ver o que, de certa forma, sempre esteve lá."
O contrato racial é uma das obras pioneiras — e mais importantes — de um vasto campo de pesquisas e produção intelectual que vem se consolidando sob a rubrica de teoria racial crítica (critical race theory).
De forma ágil e precisa, Mills analisa um seleto grupo de expoentes da teoria do contrato social clássico (Hobbes, Locke, Rousseau e Kant) a fim de demonstrar que o Iluminismo — bússola moral e cognitiva da modernidade ocidental — é a face filosófica de uma política identitária branca.
Lançada originalmente em 1997, a obra tem desde então ensejado uma profunda revisão nos modos de se conceber o surgimento do Estado, da democracia e da esfera pública nas sociedades modernas. Não por acaso, as teses de Mills influenciaram decisivamente intelectuais como Sueli Carneiro, Lia Vainer Schucman e Denise Ferreira da Silva, cujas obras têm possibilitado a construção de um novo marco interpretativo acerca do lugar das relações raciais na formação do Brasil.
"Um dos mais importantes estudos já escritos sobre a relação entre racismo e sistema político. Com rigor e concisão, Charles Mills explica não apenas como uma sociedade mais justa deveria ser formada, mas sobretudo como veio a existir uma sociedade tão injusta. O lançamento da obra no Brasil — mais de um quarto de século depois da publicação original — ajuda a suprir uma importante lacuna no debate sobre antirracismo em nosso país." — Sueli Carneiro
"O que faz parecer natural o 'privilégio' branco de dominar os recursos econômicos e os mecanismos políticos, jurídicos e culturais que regulam a vida de outros grupos raciais no ocidente? O contrato racial oferece uma brilhante resposta a esta pergunta. É obra incontornável para compreender como se deu esse pacto de poder no qual todas as pessoas brancas, mesmo sem serem signatárias, são beneficiárias." — Lia Vainer Schucman