Nome de proa entre os maiores artistas brasileiros, Gilberto Gil criou álbuns que se tornaram clássicos. Entre eles, se destacam os que formam aquela que ficou conhecida como a trilogia "Re": "Refazenda", "Refavela" e "Realce", com um quarto capítulo no meio deles: "Refestança", parceria com Rita Lee. A jornalista Chris Fuscaldo investiga aqui vida e obra de Gil com foco no álbum que inauguraria esta sua (ali ainda imprevista) inspirada trilogia: "Refazenda", de 1975. Como escreve Chris Fuscaldo: "O antes e o depois do exílio e o feito do 'Refazenda' – de ter sido o primeiro trabalho a de fato lhe dar autonomia – transformaram a vida de Gil". Como conta ele em entrevista no livro "[A trilogia 'Re'] foi uma ideia que veio depois. Quando eu fiz o 'Refazenda', me dedicando aos aspectos da renovação, da reconstituição de um universo etc., aquilo tudo me inspirou nesse sentido de revisita a certos recantos do meu território. Quando eu tive que pensar num movimento seguinte ao 'Refazenda', aí então esse sentido de revolvimento do terreno me veio à mente. Daí a ideia de revisitar o mundo negro [em 'Refavela']. A viagem à Nigéria foi extraordinariamente inspiradora, convidativa nesse sentido... E, lá, mais adiante, também teve o 'Realce', com o 'Refestança' no meio, meu disco com a Rita... Todo esse mundo 'Re' foi forjado ali no 'Refazenda'". Além de entrevistas com Gil e outros músicos e produtores, a jornalista Chris Fuscaldo reúne pesquisa de fôlego por todo material já publicado sobre o autor de "Lamento sertanejo" para recontar aqui histórias, memórias e experiências vividas na invenção do álbum.