Na era das fake news, o livro de Steven Pinker mostra como as ferramentas da racionalidade podem ajudar a solucionar os graves problemas que ameaçam nossa saúde, nossa democracia e nosso planeta.
A humanidade vem alcançando novos patamares de compreensão científica — mas, ao mesmo tempo, também parece estar enlouquecendo. Como é possível que a mesma espécie que em menos de um ano desenvolveu vacinas contra a covid-19 produza tantas notícias falsas, charlatanismo médico e teorias da conspiração?
Como resposta, Steven Pinker rejeita o cinismo do lugar-comum de que os humanos são simplesmente irracionais — habitantes das cavernas anacrônicos, cheios de preconceitos, falácias e ilusões. Afinal, compreendemos inúmeras leis da natureza, prolongamos nosso tempo de vida e estabelecemos os referenciais da própria racionalidade. Mas, se pensamos de maneira sensata nos contextos de baixa tecnologia em que passamos a maior parte da vida, por que não tiramos proveito das poderosas ferramentas de raciocínio que desvendamos ao longo dos milênios, como lógica, pensamento crítico, probabilidade, correlação e causalidade? Por que parecemos ignorar estratégias eficientes para modernizar nossas crenças, além de incapazes de nos comprometermos com nossas escolhas individuais e coletivas? Infelizmente, essas ferramentas não fazem parte de nossa formação e nunca foram apresentadas de forma nítida e divertida em um único livro — até agora.
Em Racionalidade, Pinker também explora seu oposto: como a busca racional pelos interesses pessoais, pela solidariedade sectária e pela mitologia edificante pode resultar em uma irracionalidade social paralisante. A racionalidade coletiva depende de normas explicitamente projetadas para promover a objetividade e a verdade e é muito importante: leva a melhores escolhas em nossa vida e, na esfera pública, é o principal motor da justiça social e do progresso moral. Repleto do humor e da perspicácia habituais ao autor, este é um livro que ilumina, inspira e emancipa.
