Nascida em 1920, Mara tem 13 anos quando esta história começa. Ela vive em Roma, seu pai é lojista e sua mãe, dona de casa. Sua melhor amiga, Nadia, uma fascista convicta, leva Mara para ouvir Mussolini na Piazza Venezia sem o conhecimento de seus pais. Mara é uma menina como tantas outras, gosta de ler e sonha ser escritora ou jornalista quando crescer. Alimenta muitos sonhos e esperanças: estudar literatura latina e tornar-se bonita e independente como sua tia Luisa, com seus pequenos chapéus e seu caminhar rápido e confiante. O futuro parece ao seu alcance, seguro sob os olhos do Duce, cujo retrato é exibido entre duas poltronas em sua sala de estar. Isto é o que Mara pensa de Benito Mussolini, assim como muitos outros italianos que se apressam a ficar sob a varanda na Piazza Venezia. Até que a dúvida se instale, produzindo pequenas rachaduras, abrindo feridas e alterando o destino individual e coletivo. Narrando as histórias das mulheres, seu desejo de liberdade, emancipação, revolução, mas também amor, ternura, família, conhecimento e plenitude: é aqui que reside o verdadeiro talento de Ritanna Armeni.