Em um momento em que o Brasil está vivendo um retrocesso sem precedentes em todas as áreas, a publicação deste A palavra boniteza na leitura de mundo de Paulo Freire vem nos esperançar, porque é uma celebração do amor, da verdade, da ética e da justiça social. Esses, que são forças motrizes da filosofia e da prática educacional e de vida do Patrono da Educação Brasileira, lembram-nos de que o nosso fazer cotidiano pode, sim, fazer frente aos malefícios de um governo odioso.
Como aprendemos ao longo deste livro, boniteza tem dimensão poética, já que é palavra ressignificada – no dicionário, é sinônimo de bonito. Mas o termo freireano não tem a ver exclusivamente com a aparência. É intrínseco ao que é bom, verdadeiro, ecoa a definição platônica de belo.
Boniteza é conceito que tem a ver com a crença em um mundo mais justo. É posicionamento político. Tem a ver com direitos civis e humanos. Fala do trabalho justamente remunerado, da comida na mesa, da escola popular e democrática de qualidade.
Por isso, A palavra boniteza na leitura de mundo de Paulo Freire foi escolhido para iniciar as festividades em torno do centenário de nascimento do Patrono da Educação Brasileira, esse homem que teve a vida norteada por profundo amor e respeito. Organizado por Ana Maria Araújo Freire – conhecida como Nita Freire –, doutora em Educação e viúva do grande educador, o livro reúne quinze artigos de renomados intelectuais nacionais e estrangeiros que discutem o termo boniteza na obra de Paulo Freire e em nosso contexto atual.
A palavra boniteza na leitura de mundo de Paulo Freire é um livro imprescindível para nos mostrar que, imbuídos da potência que a boniteza nos traz, é possível lutar e trabalhar para que a educação libertadora aconteça no cotidiano, em todos os espaços.