A primeira edição da obra "Bioética e Covid-19" foi um sucesso absoluto e a rapidez com que as questões bioéticas foram sendo alteradas nos últimos meses tornou imprescindível uma nova edição dessa obra, com novos artigos e atualização dos artigos anteriores.
Hoje, a Bioética não está mais negligenciada na pandemia da Covid-19. Comitê Internacional de Bioética e a Comissão Mundial sobre Ética do Conhecimento e da Tecnologia, ambos da UNESCO já reconheceram o papel de destaque da bioética no contexto da Covid-19.
Institutos bioéticos de renome internacional como o Berman Institute e o Nuffiel Council on Bioethics assumiram um papel central na discussão dos dilemas pandêmicos e, no Brasil, a Sociedade Brasileira de Bioética firmou-se como um ator importante na defesa da dignidade humana.
Assim, reafirmo com orgulho o que eu escrevi na apresentação da primeira edição dessa obra: "ouso dizer que desde seu surgimento a Bioética nunca foi tão essencial para a Humanidade. Os dilemas enfrentados com a pandemia são completamente permeados por questões bioéticas e, ainda que a nós – bioeticistas, não caiba o papel de protagonistas do enfrentamento da SARS-COVID-19, cabe a nós o importante papel de ajudar a Humanidade a encontrar caminhos éticos diante de tantas possibilidades atrativas de buscarmos os caminhos mais curtos, mais fáceis e menos equânimes". Aos artigos da primeira edição, somam-se artigos sobre questões de Estado e Governo, população de rua, população indígena, população idosa e o impacto da pandemia nos médicos residentes.
O livro não está pronto pois as questões bioéticas são intermináveis. Mas essa nova edição mostra o amadurecimento das questões bioéticas na pandemia da Covid-19 e amplia o debate com temas absolutamente necessários.
Belo Horizonte, 10 de setembro de 2020