Mesclando a crise familiar com a crise política do país, Arquivo das crianças perdidas mostra uma empatia única com a situação atual. Através de diversas vozes, sons e imagens, Valeria Luiselli cria um romance virtuoso.
Uma família viaja de carro de Nova York para o Arizona durante as férias de verão, com o objetivo de chegar até a terra dos Apaches. No carro, eles passam o tempo como podem, com jogos e música, mas no rádio a notícia da "crise da imigração" não para de aparecer. Centenas de crianças cruzam a fronteira do México para os Estados Unidos só para serem presas do outro lado — ou pior, ficarem perdidas no deserto.
Conforme a família passa pelos estados do Tennessee, Oklahoma e Texas, a crise que eles mesmos enfrentam se torna mais clara. Os pais se distanciam cada vez mais, e as crianças — um menino e uma menina — são puxadas para o abismo que se abre.
Um livro de temática ampla, Arquivo das crianças perdidas reflete a onipresença da "crise da imigração" ao deixá-la como pano de fundo constante — Luiselli nunca traz a política para o foco de sua narrativa, mas sempre a insere no contexto.
Arquivo das crianças perdidas é também uma crítica à tecnologia, uma análise sobre a volta do rádio como importante meio de comunicação, a estética vintage, entre outros. Mas seu maior tema é a escuta: este livro mostra como precisamos escutar tudo a nossa volta para melhor entender o mundo em que vivemos.
"Nas mãos de Luiselli, o romance volta a sua melhor forma: eletrizante, elástico, impressionante e novo." — The New York Times
"Traz para o centro da discussão os erros que estão sendo cometidos com as crianças imigrantes. Além de pedir que a complacência cega seja deixada de lado." — LA Review of Books
"Uma impressionante mistura de empatia e intelectualidade que mostra a habilidade de Valeria Luiselli em conjugar político, histórico e pessoal." — NPR
"Valeria Luiselli se recusa a aceitar um mundo pior." — The Washington Post