Eu nunca antecipei Charlie Florek.
Coisas boas acontecem no lago. É o que a avó de Alice sempre diz, e é verdade. Alice passou apenas um verão lá, em uma cabana com a Nan, quando tinha dezessete anos — foi lá que ela tirou aquela foto, a foto dos três adolescentes sorridentes em um barco amarelo, a imagem que mudou sua vida.
Agora Alice vive por trás de uma lente. Como fotógrafa, ela se sente mais confortável à margem, deixando outras pessoas brilharem. Porém, ultimamente, ela tem sentido vontade de algo mais, e quando Nan cai e quebra o quadril, Alice cria um plano para ambas: outro verão naquele lugar mágico, a Baía de Barry. Mas assim que se instalam, a paz delas é interrompida pelo rugido de um familiar barco amarelo, e o homem que o conduz.
Charlie Florek tinha dezenove anos quando Alice tirou sua foto à distância. Agora ele está totalmente crescido — um conquistador sem vergonha, que consegue fazer Nan rir e Alice desejar voltar a ter dezessete anos, quando a vida era mais simples, quando tirar fotos era apenas por diversão. Os dias inclinados ao sol e as noites quentes no lago com Charlie são um bálsamo para a alma de Alice, mas quando ela olha para cima e vê seu olhar penetrante e verde diretamente sobre ela, começa a se preocupar com seu coração.
Porque Alice vê as pessoas — é por isso que ela é tão boa no que faz — mas ela nunca conheceu alguém que olha para ela e a vê de volta.